Ana Tereza é uma mulher que tem muitos filhos, e cuida deles da melhor forma que consegue.
Não tem tido uma vida fácil, sobretudo porque um dos seus filhos mais novos é um pouco mais mal comportado que os outros, sendo por vezes um mau exemplo para os seus irmãos, ferindo-os ou arrastando-os para as suas tropelias.
Apesar da sua idade e de algumas agruras, mantém um espírito ao mesmo tempo jovem e resiliente; no entanto resignou-se ao facto de que precisa de auxílio para algumas tarefas.
O seu filho mais irrequieto cresceu e tornou-se mais prepotente que os outros, e apesar de o tentar educar e avisar constantemente, não acredita em medidas drásticas e crê que só apelando à sua consciência e aos efeitos visíveis na sua própria família, o fará mudar de atitude no futuro.
Esta pequena fábula pretende exemplificar como a Natureza (personificada por Ana Tereza) tem problemas em educar um dos seus filhos (a Humanidade), e que se for mal sucedida, a sua família continuará a sofrer.
A forma de ajuda que podemos prestar existe sobre várias formas e tem várias motivações.
Algumas das motivações podem as seguintes:
- Necessidade, sentido de comunidade, sentimento de pertença ao espaço, memória, sentimento de bem-estar, atividade física, amor pelas plantas e animais, beleza, sentimento de fazer algo útil, aplicar noções de sustentabilidade e ecologia
Em termos das formas em que podemos intervir, alguns exemplos são:
- cuidar de espaços comunitários e degradados, plantar árvores, atitude mais consciente para com o ambiente com a alteração de alguns hábitos, educar para a regeneração e para um ritmo mais natural, conexão com o que o rodeia e sentir os benefícios de uma vida em harmonia.
Ao nos ligarmos mais à natureza, conseguimos perceber os efeitos terapeuticos não só a nível físico (como o exercício, movimento ou respiração) mas também psiocológico e emocional. Permite-nos usar melhor os 5 sentidos, e ficando mais alerta para o que nos rodeia, ajuda também a percebermo-nos e ao nosso lugar no todo.
O tempo e o ritmo da Natureza está algo desfazado com o do mundo atual. Tirando o ciclo do sol e a dependência da meteorologia, muitos dos ciclos naturais já foram alterados ou esquecidos.
O simples ato de jardinar ou cuidar de uma planta ou árvore permite-nos ter a noção do ritmo de nascimento, crescimento e mesmo morte de outro ser, de uma forma muito próxima num contexto físico e ao mesmo tempo mais ou menos distante a nível emocional. É rara a pessoa que lamenta a perda de uma planta, muitas ficam tristes por animais e quase todas choram por outras pessoas. Além disso, transmite-nos um sentimento de responsabilidade numa escala que conseguimos interpretar.
Da mesma forma que a dor por vezes é sentida quando o problema se alastrou e se manifesta de forma mais aguda, a importância de cuidar da Natureza ou do seu corpo, exige uma atenção regular e tempo para refletir.
O equilíbrio nem sempre é simples de encontrar, mas a humanidade é que se tem de adaptar à Natureza e não o contrário, pois Ana Tereza anda cá há muitos mais anos, tem mais experiência e tem recursos mais poderosos.
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Referência: Krasny and Tidball. Civic Ecology.
Conceitos: biofilia; topofilia; ecologia; emoções
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