Aconteceu numa primavera passada, com outro Marcelo, numa república muito, muito perto...
Era uma vez uma profissão que regulava e controlava o que o povo devia conhecer.
Podia não existir ali muita liberdade, mas também não se conheciam relatos de pessoas que sofressem com dores nas costas ou que tivessem falta de condições de vida.
A liberdade de expressão e de movimento era limitada, e mesmo a dor era censurada.
Depois, num lindo dia, ouviram-se umas músicas, surgiram uns cravos e umas pessoas de uniforme (mas ainda tudo a preto e branco); a partir desse dia as pessoas começaram a falar mais e a mexerem-se (e a queixarem-se de algumas dores por causa de décadas de "sedentarismo crónico").
Isto são memórias de outras pessoas, mesmo dos nossos pais ou avós, mas que tentam resistir ao tempo.
Imagine que sente uma dor e lhe dizem que aguente. Ou que tem um cinto só com um furo, apertado, que tem de usar todos os dias, limitando os seus movimentos. Conforma-se?
Felizmente hoje em dia temos mais liberdade e poder de decisão, mas será que damos valor? Teremos liberdade a mais, ou memória a menos?
As revoluções podem não ser actividades solitárias e precisam de sementes, mas a reflexão deve germinar na mente de cada pessoa. Libertar uma coisa pode ter impacto noutras.
Crie ou mantenha a sua liberdade; deseje um mundo mais livre.
Leia, escreva, seja fisicamente activo, mas vá mais além do desejo e do pensamento :)
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