Tensão e relaxamento são duas palavras que aparecem muito interligadas, sobretudo como conceitos antagónicos; mais concretamente, se as pesquisarmos em conjunto aparecem-nos sobretudo técnicas de relaxamento para o cérebro combater o stress e as tensões acumuladas.
A causa de isto acontecer deve-se ao facto de a maior parte das pessoas se sentir mais vezes na fase tensa do que na fase relaxada, ou ter frequentemente episódios agudos de stress.
Notem-se 2 coisas: tensão também pode ser energia acumulada, que é necessária para viver e agir; relaxamento também é útil para ajudar a refletir e regular.
Um sistema regulado (ou homeostático) funciona com as duas componentes.
Pensemos na respiração, no batimento cardíaco, num salto, numa música ou no acto de tricotar, por exemplo: há momentos de tensão/compressão seguidos de distensão/descompressão. Anulam-se ou complementam-se?
Dois pequenos casos para visualizar melhor (pode incluir a música que melhor se adeque):
Caso 1 - Imagine-se parado num semáforo, na 1ª fila. Pode escolher estar ao volante dum carro ou no passeio à espera para passar). Se estiver com atenção (alguma tensão positiva) vai reagir mais depressa; se estiver mais distraído (mais relaxado) não vai reagir, ou só reagirá após algumas buzinadelas (ou vozes) que provocarão em si alguma tensão para agir. Isto pode ajudar a demonstrar como um pouco de tensão nos auxilia a estar mais conscientes do que se passa à nossa volta, desde que canalizemos estes impulsos para um objectivo concreto.
Mas não precisa estar no semáforo com a respiração suspensa. Basta estar atento. Pode aparecer sempre um peão ou um carro retardatário e menos zeloso da sua segurança. Os semáforos complementares também dão uns segundos de descanso que pode aproveitar para relaxar.
Caso 2 - Imagine que está sentado no sofá a ver a sua série preferida, de pernas cruzadas. Sente-se relaxado e descansado. A série acaba e lembra-se que tem sede (aqui já é uma reação fisológica do corpo - logo inconsciente). Ao levantar-se nota uma dor na parte inferior das costas. Apesar de todo o descanso, a tensão acumulou-se nesta zona, que devido à falta de movimento se transformou em desconforto e dor. Se tudo correr bem, vai passar com o movimento; mas será que o cérebro aprendeu que para a próxima deverá libertar alguma tensão a meio do episódio? O descanso (como o alimento) serve para repor energias e regular o organismo, pressupondo a necessidade de movimento normal.
Apesar de nem sempre ser fácil encontrar o equilíbrio entre estes 2 conceitos, termos conciência do estado e da intensidade do que estamos a sentir, é importante para nos conseguirmos regular. Sobretudo porque este equilíbrio é um pouco subjectivo, ou seja, apesar dos sinais serem semelhantes, cada um de nós sente da sua maneira e tem necessidades diferentes.
Ouvem-se dizer coisas como: "um pouco de stress é bom para tomarmos decisões", ou que "algumas pessoas lidam melhor com o stress do que outras, por isso têm um perfil mais adequado para gerir outras", ou "como tens a tensão baixa, devias beber café ou comer sal, para ver se arrebitas".
A predisposição física, expetativa, experiência ou treino são variáveis que é preciso analisar
E como referi acima este balanço de forças pode ser visto tanto em contextos psicológicos como físico, de formas bastante semelhantes.
A forma como interpretamos os estímulos, e aqui entra em cena alguma prática e literacia para a saúde (seja física ou mental), pode ajudar a definir os limites e servir como rede de segurança, permitindo que a pessoa se sinta mais em controle para conseguir lidar com as situações de forma mais ágil.
Em resumo, ter mais capacidade para usar os recursos disponíveis (sejam eles em forma de actividade física, meditação, respiração, terapias manuais, etc), e conseguir ter mais qualidade de vida e harmonia.
Nota: Mexa-se e faça o que @ faz sentir bem; liberte-se, não ligue a convenções restritivas, mas tenha consideração por quem o rodeia :)
Referências:
#actividadefisica #terapiadebowen #relaxamento #stress #aliviodador #ansiedade #harmonia #emoções #movimento
Comments