Nesta pequena publicação foco-me no ombro.
Neste contexto, é considerado como o conjunto de articulações, músculos e tendões que fazem mais do que segurar o braço ao resto do corpo.
Faz parte de uma estrutura que está ligada não só ao braço, mas também ao pescoço e zona dorsal (para nos mantermos só na vizinhança).
A importância e complexidade desta estrutura é tão grande que nalguns casos pode até afectar os membros inferiores. É também nesta zona que se registam algumas das dores de característica incapacitante, causados por exemplo, por movimentos repetitivos, trauma ou outras alterações estruturais.
Não vou referir neste âmbito as diferentes partes anatómicas ou patologias mais recorrentes, enfatizando sim a necessidade de uma análise global (do corpo e dos hábitos) para um tratamento mais eficaz.
O ombro estrutural
Quase que podemos imaginar esta estrutura como uma grua com cabos e roldanas, em que os cabos principais têm origem na coluna e passam pela zona do pescoço, tórax e dorsal. Desta forma, o equilíbrio, ou ainda melhor, a fluidez, tem uma relevância adicional. Qualquer alteração (seja lesão, tensão ou outra) nas zonas referidas, vai limitar a mobilidade do ombro e braço.
Por isso torna-se necessário, além de examinar o ombro e zonas vizinhas, verificar se existem alterações no resto do corpo (visíveis ou subjetivas), de forma a que o tratamento seja mais eficaz.
Por exemplo, uma alteração ao nível do maxilar, anca, joelho ou tornozelo pode desequilibrar o resto do corpo e, se este não se adapta, pode provocar desconforto noutras áreas.
Trabalho conjunto
Analisando em conjunto com a pessoa a história desta dor, a experiência sentida, expetativas, sinais e sintomas, mesmo que não aparentemente relacionados, é particularmente relevante. Por vezes, aliviar ou ajustar uma zona do corpo (ou mesmo o tipo de atividades) podem ser suficientes para montar um processo mais simples e de efeitos duradouros.
E tão ou mais importante que a terapêutica na clínica (por exemplo terapia de Bowen) é o trabalho efetuado pela pessoa, que passa pela realização de conjuntos de atividades adaptadas (exercício físico ou em tarefas quotidianas), definição de objetivos e pelo registo das alterações e melhor consciência do corpo. Desta forma é possível registar as sensações (agradáveis ou desagradáveis) no corpo e de que forma se traduzem numa melhoria do bem-estar pessoal e em alterações de estilo de vida.
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