Ciência, evidências e críticas
- joaomcandeias
- 17 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Notas sobre estudos e factos da terapia de Bowen. Evidências, eficácia e críticas
Sendo uma terapia relativamente recente, e incluindo-se na área das terapias não convencionais, não têm sido feitos muitos estudos científicos sobre a sua eficácia. Inclusive, os poucos que têm sido feitos, têm sido criticados pela sua qualidade e consequente falta de evidência científica que comprove a sua eficácia.
No entanto, a falta de evidência do efeito benéfico é um conceito diferente da evidência de falta de efeito.
Factualmente, os dados apontam para uma cada vez maior divulgação da terapia de Bowen a nível mundial, à qual as pessoas chegam sobretudo por referência dos bons resultados através da sua rede de contactos e após já terem experimentado outras técnicas anteriormente. Esta tendência nota-se também na quantidade de terapeutas certificados a nível global, criando uma rede cada vez maior.
Apesar de não prometer melhores resultados que outras terapias semelhantes, nem garantir curas a curto prazo, tenta uma abordagem complementar a outras terapias convencionais, contemplando cada corpo de uma forma mais ampla, de forma a conhecer e poder tratar outros problemas em conjunto.
Do ponto de vista científico, apesar de "tocar" várias teorias de ciências clínicas (ao nível psico-fisiológico), não se pode considerar esta terapia como experimental, nem como ciência ou pseudo-ciência, mas é uma prática muito baseada na observação de reações. Tal como cada terapia se adapta melhor a uma pessoa do que a outra, e cada caso é um caso, nem sempre determinado tipo de procedimento para um determinado sintoma tem o mesmo efeito em toda a população, pois há diferenças nos modos de trabalho, nas patologias e nas sensações que provoca. Cada terapeuta confronta os resultados de determinada forma, aceitando o "erro" ou o desconhecimento como um passo na sua evolução. Uma das questões que se realça é a importância da correcta divulgação e sensibilização também para o auto-cuidado, aliando o tempo passado na marquesa à consciencialização do corpo e suas limitações. E sobretudo em casos de reabilitação, é uma ajuda importante para o aumento de anos de vida sem dor e na redução da utilização de serviços hospitalares.
Por isso, considera-se que a forma como o terapeuta passa a informação é uma qualidade muito importante, ainda antes de chagar ao corpo do paciente. O cérebro é o orgão que toma as decisões e gera as sensações, por isso há que o tratar bem. Mas nesta terapia a única manipulação que se faz é no corpo :)
Referências: https://quackwatch.org/
https://www.researchgate.net/ https://s4be.cochrane.org/blog/2020/10/09/no-evidence-of-effect-versus-evidence-of-no-effect-how-do-they-differ/?utm_source=newsletters&utm_medium=email&utm_campaign=ttt-issue46-12oct2021

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