Terapias manuais e Ambiente

Notas sobre uma relação a descobrir: a importância da Natureza no bem-estar e como tornar as terapias mais amigas do ambiente

Apesar destes dois conceitos serem conhecidos há bastante tempo, a sua relação é ainda pouco falada. É certo que hoje em dia tudo tem impacto no Ambiente, quase como se fosse um assunto na moda, mas se reflectirmos bem, o que é que pode existir à primeira vista que una terapias manuais (como fisioterapia, terapia de bowen, massagem ou outras) com a Natureza e o Ambiente? Além de serem conceitos ligados ao nosso bem-estar (que também é um conceito em voga), como conseguiremos estabelecer uma relação mais coesa entre eles?

Este tema tem vindo a ser descoberto e discutido, e os estudos e evidências ainda são poucos. Mas o senso comum diz-nos que pode ser uma relação de interajuda com futuro.

Pensar na Natureza faz-nos sentir bem, e a sua saúde reflecte-se na nossa. Gostamos de ar puro, de espaços verdes, de observar animais e plantas, da sensação de liberdade. Por sua vez, os impactos da poluição e das alterações climáticas têm reflexo na saúde humana, seja ela física ou psicológica.

Por outro lado, advoga-se que tudo está ligado, e esta inter-relação e complementaridade começa também a fazer sentido.

Os efeitos da Natureza na saúde humana são evidentes, seja através do ar que respiramos, da biodiversidade, dos alimentos, da actividade física, da exposição ao sol, etc. Mas para que a Natureza nos faça bem, é importante ter consciência que também temos de a tratar bem.

Há alguns modelos que nos mostram as relações entre Ambiente, biodiversidade, actividade humana e doenças, por exemplo. Além de mudanças físicas, geram também impactos sociais que implicam no bem-estar das populações. E manter todo este sistema em equilíbrio torna-se por vezes complexo.

Assim sendo, uma forma de potenciar e complementar os tratamentos de terapia é utilizar as evidências dos efeitos positivos da Natureza para ajudar na recuperação e manutenção do bem-estar da pessoa. Geralmente olha-se para as terapias como algo feito num gabinete fechado, com sessões regulares e exercícios específicos. Se é certo que os tratamentos funcionam, porque não integrar actividades na Natureza de modo a recuperar mais rapidamente e de forma mais pessoal?

Algo tão simples como a existência de espaços verdes nos espaços, receitar actividades ao ar livre, incentivar mobilidade alternativa para o serviço, ou consciencializar mentalidades para os impactos ambientais, são alguns dos pontos chave para começarmos a entender esta relação. A capacidade de, por um lado conseguimos ser autónomos, e por outro ver que conseguimos ao mesmo tempo fazer algo para ajudar, é também uma questão cultural e um pilar importante para nos sentirmos bem, e uma forma de "devolver um favor".

Mas haverá ainda muito a falar sobre isto, pois ainda é um tema em desenvolvimento. O importante é reter que se queremos ter melhor bem-estar, temos de estar atentos para reduzir a probabilidade de ficarmos doentes. E quando não o conseguirmos fazer, pelo menos que consigamos recuperar mais depressa, compreender e corrigir estas situações no futuro.

Fonte: An Introduction to Environmental Physiotherapy