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(In)consciência e educação para a dor

Conceitos de como a própria dor pode sabotar a sua cura


A dor, e neste caso falo de dor física, é um assunto sensível (mesmo em sentido lato).

Além dos analgésicos farmacológicos, que são os supressores de dor mais conhecidos e rápidos no alívio dos sintomas, existem várias formas igualmente eficazes e que ajudam a diminuir o sofrimento. Uma dessas forma é a educação.


É certo que toda a gente já sentiu dor (com exceção das pessoas que têm insensibilidade congénita) e sabe o que é e onde está. Na maior parte dos casos é identificada a causa e o tratamento. Mas outros há, em que uma dor pode esconder outra; outras dores que aparecem durante ou após o tratamento; dores crónicas que implicam um acompanhamento mais regular; e dores "misteriosas". A dor é assim a soma de um conjunto de várias componentes (físicas, emocionais e/ou sociais).

Por isso é importante ajudar a perceber o que causa a dor, de que modo se vai intervir nessa causa e como é que a pessoa vive com a dor quando ela apareça.

Neste último caso sai-se um pouco fora do ambiente clínico e passa-se à educação, permitindo que a pessoa aprenda a comunicar sobre e com a dor de outra forma: seja através da percepção dos movimentos, postura, tensões do corpo ou outras sensações.

Chamemos de convivência forçada com a dor em vez de guerra contra a dor. Não será uma relação agradável, mas talvez se consigam marcar alguns pontos por via diplomática.


No caso das chamadas dores crónicas isto assume maior importância, pois são patologias que se mantém por vezes ao longo da vida, e não se conseguindo que ela desapareça terá de se conseguir viver com ela, sem deixar que assuma o papel principal. E o diálogo entre o corpo e a mente ajuda, por um lado a minimizar a dor através da sua percepção e do que se consegue ou não fazer: por exemplo alguém que não consegue correr pode caminhar; uma melhoria na disposição pode anestesiar alguma sensibilidade, nem que seja no facto da pessoa se esquecer da dor por estar focada noutra situação (efeitos de relaxamento que atenuam tensões).

E aqui o terapeuta também pode ajudar, ao partilhar um pouco da sua energia através do toque e motivação. E a simbiose acontece, porque ambos aprendem com esta relação.


As lentas lições do corpo - Luis Fernandes




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