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Narrativa de um corpo


O conceito do narrativismo no âmbito da experiência da dor.


Alguns autores referem a ideia de que cada pessoa constroi a sua história de vida, uma narrativa. Como se fosse uma biografia pessoal, contam a sua história e as suas experiências, e assim se definem como pessoas.

No entanto há outros autores que, seja por falta de memória, por existir o subconsciente ou por nem todos temos capacidade de ser escritores, refutam esta ideia por ser demasiado estrita.


O que podemos afirmar é que temos a nossa história e as nossas experiências, com vários momentos marcantes, mas nem sempre conseguimos dar sentido ao efeito que tiveram na nossa vida. A história nem sempre é linear e pode sofrer alterações criativas (seja por serem esquecidos numa gaveta funda ou por serem embelezados para dar mais interesse).

Além disso há coisas que mudam na forma ou em grau de importância ao longo do tempo, tal como a nossa consciência.


No caso da dor, sobretudo dor crónica, por vezes precisamos de ajuda para perceber que a dor faz parte da história mas não tem de definir a pessoa.

Esta ajuda pode vir na forma de conhecimento, ou de medicação (não vale a pena falar de outras drogas que acabam por fazer pior e transformam uma narrativa normal num filme de terror) que nos alivia a dor e nos dá uma visão mais clara de que há algo para além dessa sensação desagradável.

Essa ajuda ajuda a encontrar algo que nos desafie e nos faça evoluir para encontrar um outro caminho.

- novos desafios mexem com o cérebro e a parte neuronal

- uma incapacidade pode esconder outra, e resolvendo cada uma delas ajudam a desatar os "nós" gradualmente

- o registo das sensações auxilia a memorizar e monitorizar a situação (seja com um diário ou com desenhos)

- exercícios fisicos, emocionais e mentais ajudam a manter o movimento e capacidade regenerativa

- dar tempo é importante, pois nem tudo tem de fazer esentido no imediato

- cada pessoa é diferente e tem necessidades específicas

- a variabilidade e diversidade é importante, seja no movimento, socialização ou na alimentação

- dar novas oportunidades, a experiência atual importa mais do que a história ou memória, pois estas podem ser adulteradas

- prática consistente, com suporte mental, leva a melhor integração

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