Tranquilidade e equilíbrio do corpo
- joaomcandeias
- 16 de jun. de 2022
- 3 min de leitura
Estratégias para relaxar e melhorar o bem-estar do seu corpo


É quase senso comum dizer-se que o corpo e a mente têm de estar em equilíbrio, e não se conseguem dissociar um do outro. Tudo o que sentimos no corpo é uma resposta do cérebro a estìmulos externos, por isso parece normal que se estivermos relaxados, teremos menos estímulos e vamos sentir menos dores.
Isso não significa que devemos andar sempre em estado relaxado e descurar o stress. Este estado de alerta é útil porque nos protege dos riscos e ajuda à nossa sobrevivência desde sempre.
O estado de relaxamento total por vezes leva-nos a situações extremas de apatia e despendimento, e alguns dos sentidos ficam inibidos. O organismo também tem mecanismos que reduzem o nível de energia para poupar o corpo (por exemplo quando temos fome ou sono, começamos a ficar mais fracos e com menos capacidades para decisões). O corpo sente necessidade de desligar sistemas, de forma a prolongar as nossas "baterias" para as funções mais básicas. Dizem-nos que precisamos de dormir 7 ou 8 horas, mas até para esses números começam a aparecer novos limites "óptimos".
Daí a necessidade de conseguir arranjar um equilíbrio para as nossas ondas cerebrais, de forma a conseguirmos reagir de acordo com as circunstâncias. O ideal seria estar alerta quando precisamos de tomar decisões e relaxados nos restantes períodos, incluindo o sono. Como nem sempre isso é fácil de gerir, o ideal é praticar técnicas para ensinar o corpo a equilibrar-se. Como então encontrar o nosso ritmo, para o podermos abrandar?
Uma forma de começar pode ser pela respiração. Há várias técnicas, mas podemos começar por respirar de forma consciente durante um período de 2 ou 3 minutos para começar. Desta forma o organismo pára e o cérebro foca-se mais nos movimentos respiratórios. Os efeitos de relaxamento são quase imediatos, e quando existem dores o alívio será ainda maior, pois são vários os músculos que relaxam e libertam tensões acumuladas (incluindo medos, traumas e limitações).
A respiração, apesar de incidir sobretudo na parte superior do corpo, afecta vários nervos que são importantes no sistema nervoso central, desde a cervical até ao diafragma, e que controlam as respostas do cérebro.
O passo seguinte pode levar à meditação ou outra prática relaxante, pois estão muitas vezes inerligadas.
O exercícios fisico e o movimento também são grandes aliados, na medida em que ajudam a combater o "mau" stress, libertar o cérebro para ideias mais criativas ou de superação. Isto acontece durante a prática do exercício, e sobretudo após, quando o corpo liberta endorfinas e sente necessidade de descansar e abrandar. O exercício tanto pode ser exigente como mais suave, de acordo com o gosto e capacidade de cada um.
Por outro lado estas e outras práticas também ajudam o corpo a acalmar e a descobrir funcionalidades do corpo. É possível, com tempo e prática, ativar novamente capacidades de mobilidade e amplitude de movimentos que julgávamos perdidas. O cérebro nunca pára de aprender, mesmo que perca valências com a idade. as restrições de movimento muitas vezes estão associadas a medos ou traumas passados, e quando conseguimos voltar a fazer algo, parece passar a fazer sentido novamente. Esta capacidade é baseada na neuroplasticidade do cérebro, no sentido em que possibilita à mente a satisfação de necessidades que o corpo tem. Não existem impossíveis, só limites :)
A questão de abrandar o nosso ritmo (cada um tem um ritmo e pulsação diferentes) leva-nos a um processo de descoberta do que precisamos, e por vezes também precisamos da ajuda dos outros, de forma a tornar tudo mais fácil. Seja um amigo, um terapeuta, ou um terapeuta-amigo, a entreajuda é muito importante.
Ao nível da terapia de Bowen e como esta pode facilitar este processo, permite-se encontrar o nível de toque mais adequado ao corpo de cada paciente, assim como se privilegia um ambiente relaxado por forma a existirem menos distrações, permitindo ouvir melhor as respostas do corpo.
Referências: https://www.quantamagazine.org/the-brain-has-a-low-power-mode-that-blunts-our-senses-20220614/
Commentaires